Não quero ir nem para o céu e nem para a frente.
Quero mesmo é voltar para os lugares do passado que amei, quero voltar para casa.
Quero o gemido do monjolo de minha infância e suas pancadas tristes, noite a dentro.
Quero as madrugadas pelos campos coberto de capim gordura, o borbulhar dos regatos escondidos no mato, o barulho dos cascos dos cavalos no chão, misturando o cheiro divino de seu suor.
Quero as jabuticabeiras floridas e suas abelhas. Quero as "estórias de almas do outro mundo", contadas a sombra das paineiras.
Quero o apito rouco do trem de ferro, que vive apitando dentro de minha alma. Quero um canario da terra, cabecinha de fogo, no galho da laranjeira.
Quero o cheiro dos cadernos, livros e borrachas no primeiro dia de aula, no grupo escolar. Quero me assentar no rabo do fogão de lenha e ficar vendo o fogo.
Quero assistir o seriado no cineminha dos padres, quero molhar os pés na enxurrada...
Se eu fosse escrever uma teologia sobre a felicidade futura, seria isto que eu escreveria, uma poesia sobre a felicidade passada...
Se eu fosse escrever uma teologia sobre a felicidade futura, seria isto que eu escreveria, uma poesia sobre a felicidade passada...
Por isso eu rezo toda a noite: Senhor do Tempo põe a minha canoa no rio do passado, pois só assim haverá uma cura para minha saudade".
e nunca esqueça N.E. o Q.E.A.V.
By: Gasparowisk